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sábado, 1 de junho de 2019

Rio Piedra


 „Na margem do rio Piedra...
 Eu me sentei e chorei. 
Conta a lenda que tudo que cai nas águas deste rio
 - as folhas, os insetos, as penas das aves - se transforma nas pedras do seu leito. 
   Ah, quem dera eu pudesse arrancar o coração do meu peito e atira-lo na correnteza, e então não haveria mais dor, nem saudade, nem lembranças. 
   Ás margens do rio Piedra eu me sentei e chorei. O frio do inverno fez com que eu sentisse as lágrimas em meu rosto, e elas se misturaram com as águas geladas que correm diante de mim. Em algum lugar este rio se junta com outro, depois com outro, até que - distante dos meus olhos e do meu coração - todas estas águas se misturam com o mar.
  Que as minhas lágrimas corram assim para bem longe, para que meu amor nunca saiba que um dia chorei por ele. 
  Que minhas lágrimas corram para bem longe, e então eu esquecerei do rio Piedra, do mosteiro, da igreja nos Pirineus, da bruma, dos caminhos que percorremos juntos.
   Eu esquecerei as estradas, as montanhas, e os campos de meus sonhos - sonhos que eram meus, e que eu não conhecia.“ 

 Paulo Coelho

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